domingo, agosto 19, 2007

Relatório oficial confirma perigos de campos electromagnéticos



O relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para avaliar a exposição da população aos campos electromagnéticos revela que existem de facto riscos para a saúde. O relatório foi concluído em 2003 mas só agora publicado no site da Direcção-Geral da Saúde e editado em papel. Linhas de distribuição de electricidade (alta tensão), antenas de telemóvel, de rádio e de televisão estão entre as principais fontes de emissão de radiações. Os malefícios dependem da intensidade e do tempo de exposição.

Os técnicos admitem haver consequências para a saúde das populações, como o surgimento de cancros. "É considerado como possível que uma intensa exposição aos campos electromagnéticos nas habitações possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia infantil e que esta exposição nos locais de trabalho possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia e tumores cerebrais em adultos", lê-se.

O estudo mostra que a absorção de radiações faz-se com mais facilidade em cabeças mais pequenas e em caixas cranianas mais finas. A possibilidade de libertação de cálcio no sistema nervoso com a exposição crónica, o que pode levar a perturbações nas emoções, memória e sono, é também abordada no documento.

Apesar destas conclusões, o relatório reconhece que é difícil avaliar concretamente estes efeitos e que esta é uma área de investigação prioritária.

Susana Fonseca, vice-presidente da Quercus, disse ao Correio da Manhã que o relatório "tem uma perspectiva interessante" mas lamenta "só ter sido divulgado três anos e meio após a elaboração". "Numa perspectiva técnica, quando há poucas evidências, existe a tendência para concluir que também não existem riscos, mas este trabalho evidencia que, apesar de as relações serem ténues, é necessário tomar precauções", afirma.

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