segunda-feira, agosto 13, 2007

RIO NOVO DO PRÍNCIPE... O REI ADIADO



O assunto promete… o rei vai nu!
Serve de rodeios, especulação, conjecturas, animosidades, receios, frustrações e expectativas. Assim costuma ser com tudo em que este executivo camarário mete o dedo. Nada é definitivo e acertado com as “realidades” anunciadas. Só a política do facto consumado ultrapassa esta via recorrente. Por vezes, o modo e a forma como tudo é tratado, fazem transparecer a ideia de que, o executivo da Câmara mais se trata de um grupo de turistas em pleno museu… de passagem que lá vem gente. Pelos vistos terá sido bilhete de ida e volta.
O “Príncipe” do Remo sempre foi maltratado por quem lhe é estranho: indústria, porto de Aveiro, Ministério da Agricultura, Ambiente e alguns ambientalistas. Só lhe faltava no respectivo cardápio, a Casa Municipal. O sr. Presidente da Junta também oculta parte daquilo que sabe… conivências partidárias.
São os constantes adiamentos, processos de intenções, foi a troca por um estádio futebolístico, etc. De facto, só as gentes cacienses têm tido a bela teimosia de preservar o culto da Pista de Remo. Quase todos, todos os dias me questionam sobre as obras e o seu início. Lá vou dizendo aquilo que vou sabendo por interpostas vias, ou seja: estacas de marcação e outras marcações no terreno estão, que o cadastro dos terrenos não está concluído, o relatório de conformidade ambiental também não e, o financiamento está por alinhar no papel.
A Portucel não é nenhuma galinha dos ovos de ouro e, apesar de ter interesses vários neste projecto, precisa de orçamentar e planear tão dispendioso investimento. Vezes várias, falei disto e de outros assuntos do projecto ao sr. Presidente da Câmara, que sempre me pareceu muito mais emocional do que racional em relação a tudo aquilo que lhe transmiti e à execução das obras.
Sem relatório de conformidade ambiental, não há declaração de utilidade pública e não se pode avançar sobre propriedades sem proprietários identificados. E sem isto não há condições de financiar a obra.
Resultado: a Portucel deslocou o seu anual açude para montante a fim de deixar espaço à empresa executante do projecto, para nada! A Câmara Municipal de Aveiro não assegurou, atempadamente, os necessários procedimentos e, já não há remédio. A pista vai esperar mais um ano porque, até lá, não é permitido mexer no rio devido à entrada das espécies piscícolas que, anualmente, fazem do Rio Vouga a sua maternidade. È a verdade… a realidade que aí temos.
No meio de toda esta saga, a verdade é que podiam começar algumas das várias obras mas, verdade se diga, fruto do desvario financeiro que a tem afogado, a Câmara não tem o dinheiro necessário para dar um ar da sua graça. Estruturas desportivas para quem? Só o Estádio de futebol absorve, diariamente, 15.000 euros, mais manutenção!
Já visitei várias infra-estruturas desportivas na Europa… desde estádios de futebol a Pistas de Remo. Nunca vi nada como cá. A “coligação” futebol/autarquias/betão a tudo e todos espolia continuamente.
Nunca vi, em país nenhum, uma modalidade tão maltratada como o Remo, a começar pela actual Direcção da Federação, pelo secretário de Estado, Laurentino Dias e, a acabar onde calha.
A propósito de Secretário de Estado, pergunto ao PS de Aveiro e seu deputado Afonso Candal, que até já foi Vice-presidente da F. P. de Remo: não há ninguém do PS aveirense que tenha a coragem de dizer ao sr. Laurentino Dias que investir na pista de Montemor é estragar dinheiros públicos? Recentemente descobriram aquilo que já há muito tempo constatei… a pista de Montemor é estreita! Haja alguém que vos abra os olhos. Visitem Pistas de Remo na Europa e constatem que, na Holanda, próximo da cidade de Gronigen, uma Pista em tudo idêntica à de Montemor, foi encerrada no final do ano transacto por falta de boas condições para Provas internacionais de Remo.
Mexer num rio nunca foi coisa fácil e simples devido aos constrangimentos inerentes, nem assunto que se trate com leviandade política só para agradar e ter algo para mostrar, já que de obras assinaláveis, este executivo camarário, nada tem para dar aos munícipes aveirenses.
A Câmara Municipal de Aveiro tem de tudo menos, dinheiro, planeamento e rumo político.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O teu sonho eternamente adiado...:( Estamos em Portugal, onde sonhos nem tê-los.. E falamos em sonhos de utilidade pública... Enfimmm...

2:39 da tarde  
Blogger deixas_em_mim said...

Prometeu ensinou os gregos a observar as estrelas, a cantar e a escrever; mostrou como fazer para subjugar os animais mais fortes; demonstrou-lhes como fazer barcos e velas e como poderiam navegar; ensinou-os a enfrentar os problemas quotidianos e a fazer unguentos e remédios para suas feridas. Por último, deu-lhes o dom da profecia, para o entendimento dos sonhos; mostrou-lhes o fundo da Terra e suas riquezas minerais: o cobre, a prata e o ouro e a fazer da vida algo mais confortável. Prometeu significava, literalmente, “aquele que prevê”.

Quase todos os Governos anestesiam os portugueses; criam-lhes um universo paralelo e virtual onde as coisas acontecem sem esforço nem contrapartidas; auto-estradas que não eram pagas; prestações sociais de fiscalização duvidosa, mas de comparticipações seguras; empregos fáceis e abundantes na administração pública; etc., etc.. Os Governos tornam-se, literalmente em “aqueles que não fazem a mínima ideia do futuro”.

Zeus, vingou-se de Prometeu tornando a Terra num vale de lágrimas e de dor, espalhou as doenças, silenciosas e mortíferas. E cevou a sua vingança em Prometeu, acorrentando-o a um penhasco nas montanhas caucasianas em face de um abismo horrendo, com correntes inquebráveis. Zeus, ainda ordenou que um abutre devorasse todos os dias o fígado do prisioneiro, que sempre se reconstituía à noite.

Os Governos não precisam de Zeus. O seu universo paralelo e virtual é destruído pelas misérias deste mundo: a falta de dinheiro, o défice excessivo, o PEC, dívidas incobráveis, etc..

Quanto à vingança sobre eles próprios, não precisam de ajuda - encarregam-se eles mesmo dela. A partir dos primeiros meses de governação, quando começam a verificar que o seu universo virtual não é combinável com as duras realidades do mercado, escassez de fundos, descalabro financeiro à vista, amarram-se eles próprio ao Cáucaso da política e criam a lamentosa imagem que lhes está a debicar permanentemente o fígado e o resto das vísceras: são os barões do seu partido, a oposição de direita, a oposição de esquerda, a necessidade de degustar o queijo “limiano”, o povo que não os compreende, blá, blá, blá

Os nossos governos arrastam-se, durante a maior parte do tempo dos seus governos, como vítimas incompreendidas. São o nosso Prometeu, o nosso Prometeu de trazer por casa.

Finalmente os Hércules da política, os eleitores, libertam-no e permitem-lhe um exílio tranquilo, longe do nosso Cáucaso escarpado.

Quando um dia regressam ao nosso Cáucaso, novamente como vítimas, queixam-se de disfunção hepática-política.

Acreditavam num projecto e iam executá-lo, mas acabou por se criar uma «lógica política pantanosa que foi preciso interromper, dando o voto e a decisão ao povo».

O projecto era grandioso, pois tudo indicava que a política orçamental deveria ser conduzida de forma genial para mostrar como é possível fazer prosperar um país após um completo descalabro financeiro. Sentem-se Super-heróis e no fundo foram tratados como Super-vilões.

Infelizmente a manifesta má vontade dos eleitores impediu, indirectamente, que esse projecto visse a luz da política e que as ciências políticas e económicas se enriquecessem com uma contribuição notável. Sempre as mesmas desculpas …

Enfim os Nossos Governos têm como profissão: Vítimas, agora e sempre…

Desconheço o autor.

OLHO NU, peço desculpa por o comentário ser maior do que o post, mas acho que ele se enquadra neste seu trilema... :)

Para quem já sonha há tantos anos, mais um não fará grande diferença.
Uma boa noite para si, e para os seus leitores e comentadores.

10:55 da tarde  

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