A MORTE DO SNS - SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
Nada mais frustrante que o facto de pagarmos Impostos ao Estado, neste caso para o sistema de saúde e, o próprio Estado fugir aos compromissos assumidos com os pagantes. Assistimos, diariamente, às sucessivas acções governamentais, nacionais e regionais, de destruição de um bem social, adquirido pela luta de evolução civilizacional e, pela riqueza que produzimos senão vejamos. O nosso governo apela ao investimento na região interior, e o que faz como incentivo? Fecha Centros de Saúde e Urgências hospitalares. Apela ao crescimento demográfico e, no entanto, encerra maternidades.
Hoje, a insegurança com que se vai a uma lotada urgência hospitalar, é a mesma com que se circula nas ruas. Começamos a ter um país doente, com aquilo que é neste momento a doença da moda, mas que eu chamo a doença do desconhecimento. As viroses temo-las na protecção civil, e agora, a mais recente, no nosso sistema nacional de saúde (SNS).
Todas estas atitudes do Governo obedecem ao princípio do descartar das suas próprias responsabi- lidades comercializando o Direito fundamental à saúde, ou seja, quem quer saúde paga-a!
Embora Organização Mundial de Saúde (OMS) recomende que exista pelo menos um psiquiatra para cada 25.000 pessoas, de forma a conseguir-se fornecer um serviço mínimo de saúde mental, e face à incidência de doenças mentais que afectam a população, no distrito de Aveiro, apenas o Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, fornece, de forma pública, consulta, tratamento e internamento na área da psiquiatria. Neste Hospital trabalham 9 psiquiatras, o que a nível geral faz com que no distrito de Aveiro existam 9 psiquiatras para 713.000 habitantes, qualquer coisa como 1 psiquiatra para cada 80.000 habitantes, muito acima do rácio proposto pela OMS.
Na escalada de encerramento de mais urgências nocturnas, recentemente, em Anadia decorreram vigílias contra o encerramento consumado, até porque, este Serviço de Urgência foi planeado para ser um serviço completamente novo e que, teve há cerca de três anos, uma nova sala de tratamentos e a radiologia foi totalmente equipada em Setembro. Foram gastos um milhão de euros em equipamento que, irá ficar a apodrecer. A consequência, imediata será a população de Anadia dispor de uma mera consulta garantida por pessoal sem experiência de rotina hospitalar".
Entretanto, ainda não satisfeito, o Governo publicou em portaria os aumentos das taxas moderadoras na saúde. Nas urgências hospitalares vai pagar-se mais 4%, quase o dobro da inflação prevista (2,1%).
Assim, o acesso às urgências centrais passa a custar 9,20 euros, mais 45 cêntimos do que em 2007. Anexa à portaria do Diário da República, a tabela prevê o custo de 8,20 euros para o acesso às urgências em hospital distrital e 3,60 cêntimos para consulta não marcada em centro de saúde. As taxas moderadoras para internamentos de curta duração passam a custar 5,10 euros por dia de internamento nos primeiros dez dias, enquanto as taxas para cirurgia em ambulatório custam 10,20 euros.
De tal modo o estado do SNS está doente que, o próprio socialista António Arnaut, fundador dor Serviço Nacional de Saúde, o deputado Manuel Alegre, entre outros, são os primeiros signatários de uma petição dirigida à Assembleia da República para defesa do SNS. António Arnaut, não poupa críticas à política do ministro da Saúde, que classifica de "ultraliberal". 30 anos depois de ter criado a lei que instituiu o SNS, Arnaut olha para o rumo actual da política de saúde com grande insatisfação, e vê nela uma "política de terra queimada: estamos perante um ultraliberalismo sem regras e à solta".
"Não podemos consentir que se retirem os cuidados de saúde a uma população já sacrificada pelo desemprego, disse o "pai" do SNS, que quer ver a petição discutida na Assembleia da República. E já antevê a reacção dos deputados socialistas, que serão obrigados "a pôr as cartas na mesa. Se não quer mudar de nome, [o PS] tem de defender certos valores que fazem parte da sua matriz", diz António Arnaut, que também lamenta que "poucas vozes se levantem em defesa da maior conquista social do século XX português". Somos dirigidos por um ministro que, apesar dos pretensos créditos técnicos, nem a sua permanência na OMS conseguiu manter!
Este Governo precisava de ter a ASAE à perna para, obviamente, ser rapidamente encerrado!
Assim, Sócrates vai dizendo ao ministro: “Porreiro Pá... Obrigado, Correia de Campos!".
Jorge Afonso
(publicado no "Diário de Aveiro de 16/1/2008)
3 Comments:
Amigo
Gosto do teu modo partidário de critica ao nosso paìs!
A Saúde a mim toca-me, em especial...
No entanto, o actual SNS (que é utopia, claro), precisaria de uma grande mudança!
Claro que, com o ex. Correia de Campos isto iria para o destino de fomentar as Instituições privadas, mas eu conheci-o pessoalmente e considerava-o como um homem sabedor, bom gestor, mas pedante e convencido!
Também conheço (relativamente) a nova Ministra, é decente, sensível aos problemas dos outros. Não sei, sim, se ela não será trocidada. É inteligente, mas não deve saber desembrulhar-se de esquemas perversos...Veremos...
Ela acredita no SNS, mas não sei se terá pedalada!
Mas podes crer, tem outra capacidade de ouvir! O ex-marido dela, psiquiatra é que é burro de todo! Nem sei porque o mantêm, julgo que ainda à frente da Saúde Mental!
Simpatizo bastante com a tua opção politica.
Têm um discurso claro e verdadeiramente de esquerda, duma esquerda a que sempre aderi...
Mas já não me meto em confusões...
Contribui muito, para um anterior e verdadeiro SNS, ainda o do preconizado pelo Arnault.
Há um homem muito especial, mas que não sabe falar em público, come as palavras que diz, é de origem grega e especializou-se nos E.U. que é um Constantino Sakelarides,foi Presidente da OMS, que é hoje, Director do INSA, e podes crer, não é sectário e super sabedor.
Foi o meu mestre.
Gosto muito das intervenções de um "vosso" Sá Fernandes.
Louvo-te pelo teu espírito critico. Também o tenho.
Cidade Nua
... agradeço o teu sustentado comentário. Bem haja.
totally agree with you.
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