A CEGUEIRA "SOCRATIANA" DO PS
A CEGUEIRA “SÓCRATIANA” DO PS
A incompetência de Sócrates e do seu PS está, precisamente, em não saber lidar e usar o facto político de ter uma maioria absoluta. Muitos, sem voz partidária, simpatizantes e militantes do PS o dizem, em surdina… muito poucos são aqueles que se atrevem a contrariar o contumaz 1º ministro. Quem acompanha a vida política, desde as décadas de democracia que temos, sabe que é sempre o mesmo quando o PS está no Governo e com maioria absoluta… a deriva circunstancial é de tal ordem que não há debate interno e a estrutura de Poder socialista cai estrondosamente! Assim, também, aconteceu com a Câmara Municipal de Aveiro… o executivo PS alheou-se, até, do munícipe e, até do próprio Partido sem reflexão e vida crítica.
Analisemos, brevemente, o que se passa neste, nosso, país:
Campeão de promessas, o apolítico Sócrates prometeu rios de melhorias aos portugueses, durante a campanha eleitoral. Não foi por ignorância porque, é o homem do género de quem tudo sabe, desrespeitando quem se lhe opõe, apelidando de demagogos todos aqueles que se lha opõem, dentro e fora do Partido. Prometeu subtrair ao vergonhoso número de 2 milhões de portugueses que vivem no limiar da pobreza, 300 mil. Resultado; esse número mantém-se, se é que não aumentou.
Criação de 150 mil empregos! Resultado; o número de desempregados aumentou assustadoramente.
Não aumentar impostos! Resultado; aumento desmesurado dos mesmos com a agravante do aumento do IVA que estrangula a economia e é penalizador das classes mais desfavorecidas.
Os sucessivos ataques à classe docente, chegando ao extremo da humilhação a quem dá o seu, constante, melhor para a Educação. O encerramento compulsivo de escolas em povoações que pouco mais têm que isso. O remédio achado pelo 1º ministro para branquear a actuação do Governo contra os docentes foi a de, instituir um prémio para o melhor professor do sistema de ensino que, por acaso foi para o “nosso” dr. Arsélio Martins.
Arrogância cega e abusiva do Decreto Regulamentar de avaliação dos professores é, por si só, demonstrativo dos “tiques” de desvario de gestão autoritária que despreza a política como forma, permanente, da vida democrática exigível em todos os sectores da sociedade.
O encerramento dos SAP, urgências, maternidades e valências hospitalares, obedecendo
aos critérios economicistas e de comercialização do Direito à Saúde, são políticas que empobrecem quem desses serviços depende e, terá como resultado a decadência das condições de qualidade de vida dos cidadãos que não terão capacidade financeira para cuidarem da saúde. Muitos cidadãos não se tratam de várias maleitas devido às dificuldades económicas e, por esse motivo, os portugueses vão, ainda, ficar mais doentes, no país em que a Constituição diz que, os serviços de saúde devem ser, tendencialmente, gratuitos até as cirurgias pagam taxas moderadoras, moderando, talvez, a dor de quem é operado.
A substituição do ministro não é, certamente, a solução.
A degradação na opinião pública dos serviços prestados pelos funcionários públicos à
máquina do Estado tem sido uma prioridade da retórica do actual Governo. Parece que a responsabilidade do funcionamento do aparelho administrativo não é de quem governa o país… e que acumula chorudos salários por todos os cargos que vai ocupando… milhares de euros de reformas e indemnizações por saltarem de administração em administração. A lista é longa e farta… assim como a dos desiludidos com tudo isto.
Jorge Afonso
Bloco de Esquerda - Aveiro
(publicado no "Diário de Aveiro" de 22.02.2008)
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