sexta-feira, abril 06, 2007

MULHERES DO CAIS

MULHER DE ÁGUA

Olha a Dairinhas de menino ao colo,
esperando pelo homem do mar...
naquele cais donde partiu há meses sem dó.
O coração lhe palpita, de rebento ao colo
ao mundo vindo em plena ausência,
e quão longa e dura vida aquela
na memória do velho outrora lobo do mar,
contando os dias da angústia alheia.
Será que volta e não volta?
Quebrado pelo sol, sal e mar de suor.
Voltando como a parra que tomba,
eis o barco que chega daquelas ondas sem fim!
Que alegria aquela das mulheres do cais!
Mulheres de ausência feitas e refeitas por ora...
vai haver festa na aldeia e com foguetes pois então!
São poucas as jarras do vinho entretanto trabalhado,
carne de borrego e broa do forno de todos!
Pela madrugada, repousam num leito de saudade...
fazendo o amor descontado naquelas horas.
Que bela está a aldeia... cheia daquele Amor .

OLHO NU

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nenhum repouso de barcos...lhes oferece o mundo...e de tão real,o seu curso,é um pesadelo.
Só lhes resta a canção da dor,que as embriaga,através de um prisma...de lucidas lágrimas de agonia...
Ficam...de olhos abertos,vendo,e não vendo o vão,da infinita mágoa,e os trémulos desenhos que não formam figuras,mas uma neblina de solidão de uma silenciosa distância bem lá na linha do horizonte...
Tão fina...em demasia...é a dimensão da perda...
Tão fina...em demasia...é a dimensão do medo...que só a palavra,convertida,em regresso...pode atenuar...
Eis o barco que chega...daquelas ondas...sem fim...
Vai haver festa na aldeia...

9:41 da tarde  

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