sexta-feira, fevereiro 09, 2007

SÉRGIO GODINHO E OPORTUNISMO DO "NÃO"

"Espalhem a Notícia" ou "Chamem a Polícia"?

Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não” usou nas suas páginas uma canção minha, para, em ultima análise, promover os seus pontos de vista em relação ao referendo de Domingo.Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto criativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.Só que há limites, claro. Desde já, neste caso, enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção. Em vez de “Espalhem a notícia” deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia”...A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e à alegria consciente de dar à luz um novo ser. Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão e outra pérolas que tais.E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece. Espalhem a notícia.

Sérgio Godinho

1 Comments:

Blogger deixas_em_mim said...

Bom dai OLHO NÚ.Quase todos os dias me deparo com uma destas estratégias do "Não",pois como já viu no meu blog,faço a denuncia de algumas; Isto só tem uma leitura, eles perceberam desde o inicio que tudo o que diziam ou argumentavam caia em saco roto, e que estavam desde logo derrotados pelas mais diversas razões para votar "Sim",
SIM – porque a criminalização nunca impediu o aborto clandestino.
SIM – porque o aborto clandestino penaliza a mulher duas vezes.
SIM – porque o aborto clandestino põe em causa a segurança e a vida da mulher.
SIM – porque o aborto clandestino leva ao julgamento, à condenação até três anos de prisão, à humilhação e devassa pública da mulher.
SIM – porque o aborto clandestino fica mais caro que a interrupção da gravidez em estabelecimento de saúde autorizado.
SIM – porque o aborto clandestino é, em Portugal, um problema grave de saúde pública.
SIM – porque 14% das mulheres portuguesas já abortaram pelo menos uma vez, apesar de ser ilegal.
SIM – porque o aborto deve ser efectuado em condições de segurança, a pedido da mulher, com cuidados médicos, dentro de um prazo razoável e em estabelecimento de saúde autorizado.
SIM – porque o aborto clandestino gere o medo e a insegurança.
SIM – porque não quero contribuir para continuar o abandono de fetos nos caixotes do lixo, em esgotos ou à porta de instituições.
SIM – porque não quero contribuir para continuarem os maus-tratos de que são vítimas os filhos que não são desejados.
SIM – porque 30% das mortes maternas têm origem no aborto clandestino.
SIM – porque um filho deve ser desejado, amado e feliz.
SIM – porque a sexualidade é um direito e a maternidade uma escolha.
SIM – porque manter a lei actual é manter tudo mal como está.
SIM – porque a mulher não deve ser obrigada a ter ou a não ter filhos.
SIM – porque a despenalização não obriga ninguém a abortar.
SIM – porque com uma nova lei o aborto vai diminuir e os que se fizerem vão ser feitos em segurança e com assistência médica.
SIM – porque sou solidário e tolerante.
SIM – porque a mulher tem direito ao seu corpo, à sua dignidade, à sua integridade e à felicidade.
SIM – porque a mulher deve ter o direito a decidir.
SIM – porque a mulher é hoje em Portugal um ser livre e responsável pelos seus actos.
SIM – porque o aborto clandestino é um negócio vergonhoso e chorudo.
SIM – porque não quero contribuir para o negócio que é o aborto clandestino.
SIM – porque as mulheres das classes mais desfavorecidas não têm posses para ir ao estrangeiro fazer a interrupção da gravidez em segurança.
SIM – porque a criminalização leva a mulher pobre a recorrer a abortadeiras habilidosas pondo em causa a sua saúde e segurança.
SIM – porque todas as mulheres devem ter os mesmos direitos independentemente da sua situação económica.
SIM – porque nenhuma mulher faz um aborto sem razões muito fortes que a obriguem.
SIM – porque confio no sentido de responsabilidade e bom senso da mulher.
SIM – porque não sou hipócrita e sempre combati a hipocrisia.
SIM – porque defendo o direito à vida, à saúde e à dignidade da mulher.
SIM – porque a Constituição da República Portuguesa determina que a vida humana começam no nascimento.
SIM – porque a Declaração Universal dos Direitos do Homem reconhece que todos nascemos livres e iguais, não reconhecendo direitos ao feto.
SIM – porque Portugal mantém uma legislação ultrapassada que nos envergonha a todos.
SIM – porque Portugal deve seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde, Fundo das Nações Unidas para a População, Associação Internacional para o Planeamento da Família e o Parlamento Europeu.
SIM – Porque num Portugal democrático, tolerante, no Portugal de Abril, liberto da ditadura, da opressão, do obscurantismo, da repressão, nada justifica manter uma lei que criminaliza e leva à prisão a mulher que, em circunstâncias sempre difíceis, se vê obrigada a recorrer à interrupção da gravidez.
Isto é um desabafo do Sr. Francisco Figueiredo, copiado da secção do leitor do JN.

.Podemos até não chamar a policia, mas cabe-nos denunciar estas situações.

10:37 da manhã  

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