sexta-feira, maio 30, 2008

SÓCRATES ALUCINADO... LOUÇÃ AVALIADO








O Primeiro-ministro José Sócrates num dos seus momentos
de alucinação dirigindo-se a Francisco Louçã disse:
' Você não tem idade nem curriculum ...'.

Uma boa piada, diz o jornalista do Portugal Diário!
Na Internet podemos verificar o curriculum:

Actividade política:

*Louçã, nasceu em 12 de Novembro de 1956. Participou
na luta contra a Ditadura e a Guerra no movimento
estudantil dos anos setenta, foi preso em Dezembro
de 1972 com apenas 16 anos e libertado de Caxias sob
caução, aderindo à LCI/PSR em 1972 e em 1999 fundou
o Bloco de Esquerda. Foi eleito deputado em 1999 e
reeleito em 2002 e 2005. É membro das comissões de
economia e finanças e antes comissão de liberdades,
direitos e garantias. Foi candidato presidencial em 2006.

Actividades académicas:

Frequentou a escola em Lisboa no Liceu Padre
António Vieira (prémio Sagres para os melhores alunos
do país), o Instituto Superior de Economia (prémio
Banco de Portugal para o melhor aluno de economia),
onde ainda fez o mestrado (prémio JNICT para o melhor aluno)
e onde concluiu o doutoramento em 1996.

Em 1999 fez as provas de agregação (aprovação por
unanimidade) e em 2004 venceu o concurso para
Professor Associado, ainda por unanimidade do júri.
É professor no ISEG (Universidade Técnica de Lisboa),
onde tem continuado a dar aulas e onde preside a um dos
centros de investigação científica (Unidade de Estudos
sobre a Complexidade na Economia).
Recebeu em 1999 o prémio da History of Economics
Association para o melhor artigo publicado em revista
científica internacional. É membro da American Association
of Economists e de outras associações internacionais, tendo
tido posições de direcção em algumas; membro do conselho
editorial de revistas científicas em Inglaterra, Brasil e
Portugal; 'referee' para algumas das principais revistas
científicas internacionais (American Economic Review,
Economic Journal, Journal of Economic Literature, Cambridge
Journal of Economics, Metroeconomica, History of Political
Economy, Journal of Evolutionary Economics, etc.).

Foi professor visitante na Universidade de Utrecht e
apresentou conferências nos EUA, Inglaterra, França,
Itália, Grécia, Brasil, Venezuela, Noruega, Alemanha,
Suíça, Polónia, Holanda, Dinamarca, Espanha.
Publicou artigos em revistas internacionais de referência
em economia e física teórica e é um dos economistas
portugueses com mais livros e artigos publicados
(traduções em inglês, francês, alemão, italiano, russo,
turco, espanhol, japonês).
Em 2005, foi convidado pelo Banco Mundial para participar
com quatro outros economistas, incluindo um Prémio Nobel,
numa conferência científica em Pequim, foi desconvidado
por pressão directa do governo chinês alegando razões políticas.

Terminou em Agosto um livro sobre 'The Years of High
Econometrics' que será publicado brevemente nos EUA e
em Inglaterra.

Obras publicadas:

Ensaios políticos

Ensaio para uma Revolução (1984, Edição CM)
Herança Tricolor (1989, Edição Cotovia)
A Maldição de Midas - A Cultura do Capitalismo Tardio
(1994, Edição Cotovia)
A Guerra Infinita, com Jorge Costa (Edições Afrontamento,
2003) A Globalização Armada - As Aventuras de George W.
Bush na Babilónia, com Jorge Costa (Edições Afrontamento, 2004)
Ensaio Geral - Passado e Futuro do 25 de Abril, co-editor
com Fernando Rosas (Edições D. Quixote, 2004)

Livros de Economia

Turbulence in Economics (edição Edward Elgar, Inglaterra
e EUA, 1997), traduzido como Turbulência na Economia
(edição Afrontamento, 1997)
The Foundations of Long Wave Theory, com Jan Reinjders,
da Universidade de Utrecht (edição Elgar, 1999), dois
volumes Perspectives on Complexity in Economics, editor,
1999 (Lisboa: UECE-ISEG)
Is Economics an Evolutionary Science?, com Mark Perlman,
Universidade de Pittsburgh (edição Elgar, 2000)
Coisas da Mecânica Misteriosa (Afrontamento, 1999)
Introdução à Macroeconomia, com João Ferreira do Amaral,
G. Caetano, S. Santos, Mº C. Ferreira, E. Fontainha
(Escolar Editora, 2002)
As Time Goes By, com Chris Freeman (2001 e 2002, Oxford
University Press, Inglaterra e EUA); já traduzido para
português (Ciclos e Crises no Capitalismo Global - Das
revoluções industriais à revolução da informação, edições
Afrontamento, 2004) e chinês (Edições Universitárias de
Pequim, 2005)
* Fonte Wikipédia

Sobre Sócrates:

-Sabe-se que é engenheiro civil (???)tirado na Universidade
Independente, ainda sob suspeita de ilegalidades.

-Que assinava como Engenheiro quando era Engenheiro-Técnico.

-Que elaborou ou pelo menos assinou uns projectos de habitação
caricatos.

-Que a sua actividade política se deu com o 25 de Abril na
JSD/PSD e depois no PS como deputado e como governante.

-Do seu curriculum sabe-se ainda (embora ele o desconhecesse)
que teve uma incursão fugaz como empresário-sócio de uma
empresa de venda de combustíveis.

Quanto a curriculuns estamos conversados!


Quanto à idade devem ter diferença de meses...


Comparar o currículo de Sócrates a Louça, é o mesmo que
dizer que o vinho a martelo é superior a uma Cartuxa
Reserva 2002 Tinto.


'A IGNORÂNCIA SEMPRE FOI MUITO ATREVIDA - Fernando Pessoa

segunda-feira, maio 26, 2008

A POBREZA NO PORTUGAL DE HOJE


Bruto da Costa

A ler com atenção! O livro sai em Junho pela Gradiva com o seguinte título: Um olhar sobre a pobreza: vulnerabilidade e exclusão social no Portugal contemporâneo



Entrevista ao coordenador do estudo "Um Olhar Sobre a Pobreza" (Público 23/5)
Pobreza em Portugal: "É preciso subir os salários e diversificar fontes de rendimento"

O coordenador do estudo "Um Olhar Sobre a Pobreza", Alfredo Bruto da Costa, não tem dúvidas: os baixos salários são um problema grave, que contribui para a pobreza em Portugal. É preciso aumentar os ordenados e democratizar as empresas.


É mesmo verdade que metade da população portuguesa está numa situação vulnerável à pobreza? É mesmo assim. Este é um aspecto da pobreza que, em Portugal, é analisado pela primeira vez: quantas pessoas, ao longo de seis anos, passaram pela pobreza e foram apanhadas como pobres em pelo menos um dos anos. A opinião pública, enquanto tal, nunca foi confrontada com esta realidade.

E a opinião pública pergunta: onde estão os pobres? Esse é outro problema: o da definição de pobreza. Quando se pensa em pobreza, pensa-se em miséria ou nos sem-abrigo. O pobre, na definição adoptada no estudo, é alguém que não consegue satisfazer de forma regular todas as necessidades básicas, assim consideradas numa sociedade como a nossa. Miséria é uma parte disso.

Apesar de tudo, mais vale ser pobre em Portugal do que em alguns países de África ou da Ásia?Sim, em termos absolutos. Em termos relativos, não necessariamente. Porque a pobreza é um fenómeno social, não apenas individual: é não ter recursos para participar nos hábitos e costumes da sociedade. Se uma criança pobre não pode vestir-se como os seus colegas, para não ser ridicularizada, mesmo que tenha mais que uma criança em África, sofre de exclusão. O que é preciso para não ser estigmatizado em Portugal é muito mais do que em outros países. Há uma definição do século XIX, que diz que uma pessoa é pobre quando não tem dinheiro para vestir uma camisa que seja aceitável na sociedade.

Os 47 por cento de famílias que viveram uma situação de pobreza não são o mesmo que a taxa de pobreza em Portugal que continua nos 20 por cento. Há uma população, num determinado momento do tempo, que é analisada através de uma radiografia instantânea – são os 20 por cento. Outra coisa é uma sociedade cuja vida só é captada num estudo longitudinal, ao longo de um período.

Porque se fala da persistência da pobreza em Portugal? A partir da entrada de Portugal na Comunidade Europeia, houve um facto que alterou a atitude da sociedade portuguesa perante a pobreza: Portugal passou a ter programas de luta contra a pobreza, através de metodologias que deram um salto qualitativo no modo de encarar e tratar a pobreza. Poderíamos esperar que a pobreza tivesse uma redução apreciável.

E não teve? Não teve. Em 2004, terá sido de 19 por cento, em 2005 terá sido 18 por cento. É uma tendência? Falta ver o que se passou nos anos seguintes. O que sabemos é que, durante esse período de 20 anos, andámos à volta dos 20 por cento. Mesmo que se admita que houve uma tendência ligeiramente decrescente, não explica que a ordem de grandeza se situe nos 20 por cento. A pobreza em Portugal ou se manteve estável ou teve uma redução sem proporção com o esforço feito desde que Portugal entrou na UE, na luta contra a pobreza.

E qual é razão principal? São várias. Mas há uma questão chave: é tempo de a sociedade se interrogar sobre o porquê esta resistência da pobreza perante tanto esforço, boa vontade, recursos, nos últimos 20 anos. Neste estudo, não entrámos no porquê. Estamos muito virados para a ideia de que a luta contra a pobreza é igual a políticas sociais. Quando há uma percentagem tão elevada de famílias pobres entre pessoas empregadas, vê-se claramente que a política social é um instrumento útil, mas não resolve tudo. Pode ser decisivo para o terço de pensionistas ou para o outro terço, de outros inactivos como domésticas, que nunca trabalharam nem tencionam trabalhar. Aí, ou a sociedade portuguesa resolve valorizar economicamente o trabalho doméstico e tem uma modalidade de remuneração – o que seria uma revolução cultural – ou isso nunca se resolve. A outra parte – os pobres que estão empregados, por conta própria ou por conta de outrem – não se resolve com política social, é um problema económico.

É um problema de salário? É fundamentalmente um problema de salário.

O texto diz que os salários são uma questão complexa e o que há a fazer está sobejamente identificado. É subir os salários? Sim. Mas pode-se subir os salários sem aumentar a produtividade? Todos dizem que a economia portuguesa não pode continuar com salários baixos. O que se diz a seguir é que os salários não podem aumentar sem aumentar a produtividade. Uma das causas de baixa produtividade é a baixa qualificação dos trabalhadores, mas isso só explica uma parte muito pequena.

Uma das razões essenciais é a evasão fiscal. Há muitas outras: a organização da empresa, os métodos de gestão. Há uns anos, se se dissesse que também os empresários tinham baixas qualificações, seria quase um escândalo. Hoje, é uma realidade que entra pelos olhos dentro. A sociedade portuguesa estava atrasada em termos de qualificações, a todos os níveis. Temos que fazer uma opção: ou se resolve o problema dos rendimentos das famílias de outra forma ou se declara que nos próximos 20 ou 50 anos os salários continuarão baixos.

Essa não é a sua opção? Claramente que não. Há muito que defendo que deve haver uma diversificação das fontes de rendimento: uma parte do trabalho, outra do capital, o que implica uma democratização no acesso ao capital, que não é só poder comprar uma acção: o número de acções que um cidadão comum tem não lhe permite ter a mais pequena influência na gestão da empresa. O que importa que o capital esteja disseminado quando quem continua a mandar são os grandes? A democratização do capital deve ser também a democratização da empresa. Pode haver ainda medidas como um rendimento básico – já utilizado numa região da Bélgica e num estado norte-americano – que todos os cidadãos recebem, sobre o qual constrói o seu rendimento familiar. Esse rendimento básico pode não ser suficiente para viver, mas é uma almofada que protege nos ciclos em que inesperadamente se perde o rendimento. Num mercado economicamente liberal, temos que saber se é possível alguma vez termos pleno emprego. Eu tenho dúvidas.

A prioridade que se dá à redução do emprego não é então viável? Tenho dúvidas de que seja. Pode ser reflexo de falta de coragem para aceitar a realidade. Se tivéssemos a lucidez de o admitir, haveria outro tipo de medidas a tomar para acorrer a essas situações.

O estudo fala no ciclo vicioso da pobreza: o pobre tem baixas qualificações e não melhora as qualificações porque é pobre. Como se rompe isto? Uma das respostas é que o sistema educativo tem que ter condições de acesso e sucesso das crianças provenientes dos meios pobres. O sistema educativo está desenhado à imagem da família média e média alta: métodos pedagógicos, conteúdos escolares, o tipo de apoio que a criança pode ou não ter em casa, dadas as condições de habitação ou o grau de instrução dos pais… Há certos pressupostos de que os pais têm conhecimento para ajudar, de que têm acesso à internet ou a livros de consulta… Às vezes, as crianças não têm sequer um canto para fazer os trabalhos de casa.

Os programas de luta contra a pobreza não têm funcionado porquê? Todos os projectos são desenhados de modo a não mexer no resto da sociedade. Essa é uma limitação decisiva. Se não há mudança social, não pode haver erradicação da pobreza. Se os programas não tocam no resto da sociedade, tentam resolver a pobreza dentro do universo da pobreza, mas não estão a resolver as causas.

Como vê as medidas tomadas pelo actual Governo? Há uma medida que pode reduzir a pobreza em cerca de um terço: levar o Complemento Solidário para Idosos até ao limiar de pobreza, por adulto equivalente.

O estudo abrange o melhor período do então Rendimento Mínimo Garantido [RMG], que pelos vistos não ajudou muito. O RMG nunca foi para resolver o problema da pobreza; a grande maioria dos pobres nem sequer tinha acesso ao RMG: eram cinco por cento, os pobres eram 20 por cento. São tão poucos os pobres que beneficiam do [actual] Rendimento Social de Inserção que nunca se resolveria o problema da pobreza. O RMG tinha dois objectivos: atenuar a pobreza dos pobres ou o seu grau de carência; e ir ao encontro dos problemas subjacentes à família: formação profissional, integração das crianças na escola. Mas o impacto global sobre a pobreza não podia ser expressivo.

Isso confirma que o problema não se resolve só com políticas sociais. Por definição: se tenho um problema de repartição primária (o dos salários), ele resolve-se por via da política económica.

Há uma afirmação dura: "A sociedade portuguesa não está preparada para apoiar as medidas necessárias" no combate à pobreza... Isso porque num inquérito europeu de 2002 dois terços dos portugueses atribui a pobreza a factores que não são solúveis: fatalismo, má sorte, preguiça dos pobres. Se eu disser que vou tomar uma medida que terá alguma desvantagem para os que têm mais rendimentos, a sociedade portuguesa não vai perceber isto. Um dos programas de luta contra a pobreza tem que ser o de esclarecer a opinião pública sobre as verdadeiras causas da pobreza.

Está também disseminada a ideia de que há muitos pobres que abusam... É uma atitude culpabilizante. Na transição do Rendimento Mínimo Garantido para o Rendimento Social de Inserção, no debate público que houve parecia que as pessoas estavam mais interessadas em combater a fraude dos pobres do que em resolver o problema da pobreza. Isto é expressivo de uma mentalidade.

quarta-feira, maio 14, 2008

GUERNICA (3D) - PABLO PICASSO

terça-feira, maio 06, 2008

INTERVENÇÃO ASSEMBLEIA MUNICIPAL

(esta figura, foi a resposta do Executivo camarário PSD/PP a esta intervenção)

Sra. Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Aveiro;
Srs. Deputados:
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Aveiro:
A normalização do elencar de meras coisas e loisas, a que o Sr. Presidente da Câmara nos habituou, nas suas estereotipadas comunicações a esta Assembleia, é a prova, evidente, da falta de estratégia política que esta Coligação demonstra no dia-a-dia da sua estadia na Câmara Municipal.
Nada de novo há neste documento. Trata-se de mera formalidade, como bem diz no início da sua comunicação, pois a ausência total de ideias inovadoras para o município é confrangedora, tornando-se mesmo numa rotina viciosa, comprometedora do futuro da cidade e Freguesias do município.
Trata-se de atitude formal e nada mais que isso é, visto o seu conteúdo ser, de facto, meramente recorrente, transformando a actividade da Câmara numa espécie de “loja do cidadão”.
O fenómeno da eleição desta Coligação é, em si mesmo, mais uma das más heranças deixadas pela gestão anterior do Partido Socialista e da presidência do incontrolável, Dr. Alberto Souto. Estamos todos a pagar por isso mesmo, atravessando um deserto político, nunca visto por estas paragens porque, a verdade é que não sabeis compensar os cidadãos dos impostos que pagam, nomeadamente do IMI visto que, muitos e muitos munícipes, apesar de pagarem este imposto, continuam a ter junto de suas casas caminhos sem asfalto nem condições mínimas de salubridade.
Perguntam os nossos representados… mas, afinal para onde vão os nossos impostos? Tantos impostos pagamos e o retorno é diminuto!
Se souberdes responder, na prática, a este legítimo desabafo, então aí mesmo, achareis o caminho certo. Não é isso que temos visto nem será, certamente, aquilo que veremos no futuro.
Mas, Sr. Presidente Élio Maia, o seu habitual modelo de comunicação é uma forma, previsível e rudimentar, de escapar às legítimas aspirações dos cidadãos alegando, sempre e somente a terrível herança financeira em que encontrou a casa camarária, situação essa que, até hoje, o seu Executivo se mostrou, absolutamente incapaz de resolver, minimamente.
O plano de recuperação que há cerca de um ano apresentou, por inconsistente e escasso, foi o primeiro sintoma da vossa incapacidade política e, daí não mais saíram, visto está, pelos vários pedidos de esclarecimento solicitados pelo Tribunal de Contas e respectiva reprovação, ao pedido de empréstimo de 58 milhões de euros, elaborado pelo Executivo e, aprovado nesta Assembleia. O Tribunal de Contas é, com o chumbo do pedido de empréstimo, de facto, a 1ª instituição do Estado a confirmar tudo aquilo que digo e é voz corrente entre os nossos munícipes.
Sr. Presidente;
Srs. Vereadores da Coligação;
Srs. Deputados da Maioria:
Não vale alegar que, o desconhecimento e recente regulamentação da Lei das finanças locais são o motivo para o redundante chumbo do Tribunal de Contas. Esse não é o motivo porque, até essa mesma situação foi, desajeitadamente, aproveitada pelo Partido minoritário da Coligação com o claro e inequívoco objectivo de obter alguma capitalização política, propondo, primeiro a reestruturação do Pelouro das finanças e, posteriormente, apelando a um ridículo pacto entre todos os Partidos políticos aqui representados. Foi o mesmo que dizer: “acudam que não temos soluções”. Este grito e apelo foi… é, a prova mais evidente da incapacidade da Coligação e respectivo executivo camarário para encontrar uma solução credível, para a arrasante situação financeira em que a anterior gestão do Partido Socialista deixou a arca das patacas da Câmara Municipal.
Por sua vez, o CDS/PP, desde que perdeu a liderança da Câmara Municipal, não pára de se afundar na sua peregrinação pelos canais da política local, vindo por vezes à superfície, para respirar e sacudir a água do capote com declarações públicas próprias de quem, em política, não sabe nadar, fazendo tentativas várias para arrastar consigo o parceiro de Coligação!
Mas vamos, apenas a alguns dos factos e exemplos que, aos munícipes, mais interessam.
A situação em que se encontra há vários meses, a empresa Moveaveiro e seus trabalhadores é outro, bem claro, sintoma da vossa incapacidade de resolução dos problemas que afligem o município. Neste caso, a coisa é bem mais grave porque, o Sr. Presidente, esconde-se na neblina da incompetência do seu vereador, não dando aos trabalhadores, aos munícipes e a esta Assembleia qualquer visão política para a solução deste vergonhoso arrastar de situação. Mais uma vez, a omissão é a predominante constante de sua actuação.
No vasto enredo de toda a panóplia do caso Moveaveiro, um mérito lhe reconheço… Aveiro nunca viu tamanha greve dentro do seu parco território! Nesse aspecto, este Executivo e a sua Coligação, conseguiram fazer história e pelos piores motivos, já aqui amplamente denunciados pelo Bloco de Esquerda.
Perante esta degradante situação, unicamente resta, solicitar ao Sr. Vereador, Pedro Ferreira que se demita do lugar que ocupa na Moveaveiro para bem de todos os munícipes e dos trabalhadores. O Sr. Vereador não tem, definitivamente, competência para o lugar que ocupa! Faça-nos um favor Sr. Vereador, Pedro Ferreira… Demita-se!
E, quanto a si, Sr. Presidente, chega de ambiguidades! Abandone definitivamente o limbo em que se acomoda e, assuma-se como líder político da governação camarária para que foi eleito!
A actividade cultural promovida pelo este Executivo, mais tem parecido um autêntico folclore de duendes. Outra atitude não seria de esperar de quem valoriza e celebra o Regicídio, acima das comemorações da implantação da República e do 25 de Abril. Veremos o que se segue no vosso roteiro, dito cultural.
Uma verdadeira e eficaz programação cultural deve, tem de ser regional… inter-municipal, contando com planeamento integrado dos munícipes vizinhos de, Estarreja, Ílhavo, Águeda, Albergaria-a-Velha, etc., aproveitando infra-estruturas existentes em todos eles e, combatendo a doentia competição cultural entre municípios.
A cidade de Aveiro não possui as melhores instalações e, mesmo que as tivesse, a cultura deve ser vista, gerida e patrocinada a níveis de região e não de uma forma paroquial, proporcionando transportes para quem quisesse visitar eventos ou participar em espectáculos diversos.
Portanto, a produção e programação cultural intermunicipal integrada, deve ser encarada como a melhor forma de proporcionar cultura aos nossos representados.
Na Acção Social e associativa destaca-se a asfixiante situação financeira de várias Colectividades, com as quais esta Câmara mantém protocolos, devido ao incumprimento dos mesmos pela vossa parte, nomeadamente na previsível subtracção de um ano de compromisso financeiro, com as várias associações culturais e desportivas. A vida desportiva e cultural está a perder-se e resume-se a meras atitudes teóricas dos Vereadores respectivos. Ajuda financeira, só mesmo para o futebol… para o Beira-Mar!
Nesta vertente, é igualmente mensurável a falta de consideração e reconhecimento que demonstrais pelo movimento associativo do concelho de Aveiro sendo, igualmente revelador do abstracto modelo de gestão que vos acompanha, do qual teimais em não sair, desde o início do mandato que, maioritariamente vos foi confiado.
Mas a mais recente caricata e paroquial história municipal, está na vossa reacção ao conteúdo do estudo da RAVE relativamente ao traçado do chamado TGV! Aos costumes de um certo serôdio “aveirismo”, de que tudo aquilo que se faz neste país ter de passar por Aveiro, a vossa e de alguma classe política aveirense, conformidade de aceitar e tentar transformar como grande vitória, a existência de um ramal que passa pelo apeadeiro de TGV de Aveiro é desconcertante, depois das altas vozes que se ouviram para fazer passar a linha férrea de alta velocidade, pelo centro de Aveiro. A verdade é que, pela cidade, vai passar um ramal do referido comboio e não a verdadeira via. E para que vai servir? Certamente que não, para transportar pessoas para a cidade do Porto. Tal seria ridículo. Quem usar tal meio de transporte será, com certeza, para se deslocar para Lisboa. A ligação importante de Aveiro ao TGV irá ser a ligação, Aveiro, Salamanca. Portanto, e para já, viva o TGV que vai passar ao lado de Aveiro!
Há dias, o vizinho e vosso familiar político, Ribau Esteves, no debate das comemorações do centésimo vigésimo aniversário do Jornal de Notícias, na cidade de Aveiro, propôs do alto da sua habitual tribuna, a transformação do estádio municipal de Aveiro, em estação do TGV! Ideia original, vinda do nosso prestável vizinho! Mas, eu, julgo ter uma mui nobre e melhor solução para uma verdadeira Estação do TGV. A julgar pelo faraónico volume de especulação imobiliária previsto no projecto da Marina da Barra, sinceramente, acho que a Estação do comboio rápido ficaria, devidamente enquadrada lá… na Marina do Sr. engenheiro!
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Aveiro:
A propaganda que nos serviu nos últimos dias, relativa ao cumprimento das suas próprias promessas eleitorais é, em si mesma, uma tragicomédia. Para quem, como eu, leu o vosso programa eleitoral, sabe bem que as promessas que diz cumpridas, não passa de retórica política recorrente.
A ser verdade o que diz, ter cumprido mais de 70% das suas próprias promessas eleitorais, afinal, porque se queixa, constantemente, da situação financeira da Câmara Municipal?
Só existe uma razão objectiva para tal, que é o facto do vosso programa eleitoral ser minimalista e inversamente proporcional à taxa de execução que diz ter conseguido!
Para ter uma ideia da dimensão da sua retórica, basta dar o exemplo da prometida extinção das empresas municipais. Estas, não só não foram extintas como engordaram, em todos os aspectos menos no financeiro. Ou seja, engordaram negativamente em autêntica negativa implosão financeira, com gestores a gerir prejuízos, progressivamente mais volumosos.
Mas será que alguém acha isto digno e normal? Será que, é desta forma danosa que se gere o interesse público?
Finalmente, e porque tenho consciência de estar a incomodar a vossa, vou terminar com mais um exemplo do pouco e mal, que fazeis. Exactamente o negócio em que querem envolver a execução da Carta Educativa.
Aquando da discussão, nesta Assembleia do conteúdo da Carta Educativa, e da peregrina solução por vós encontrada para a sua implementação, propus que candidatassem o projecto às verbas do QREN, pois as infra-estruturas do sistema educativo devem ser da responsabilidade do Poder Central. A essa proposta, como de uma forma geral fazeis a todas aqui apresentadas, fizeram orelhas moucas, preferindo a aberrante solução de misturar o nobre acto de educação pública, com uma parceria de estacionamento de viaturas, de interesse privado! Que grande falta de respeito demonstrais pela educação escolar.
Agora, a vossa penitência está no exemplo de outros municípios que, e muito bem, candidataram as suas cartas educativas ao QREN!
Mas, Sr. Presidente, outro coelho lhe sairá, brevemente da cartola! Os presidentes de Junta preparam-se para premiá-lo com um boicote à execução de bem feitorias e conservação nas escolas do município, devido às subtracções financeiras que os senhores aplicaram às Juntas de Freguesia!
De subtracção em subtracção, já nem os seus coligados tem a seu franco favor Sr. presidente!
Esta Coligação demonstra pouco respeito pela democracia e suas instituições… è a mesma Coligação que, em Cacia, se recusa a cumprir as decisões aprovadas na Assembleia de Freguesia, desrespeitando tudo e todos, mesmo os seus próprios representantes.
Conclusão: esta Coligação não se respeita a si mesma.
Muito obrigado.


Jorge Afonso



domingo, maio 04, 2008

O RIDÍCULO DA MORAL SALAZARISTA