terça-feira, fevereiro 26, 2008

UM SABOROSO POEMA DA SAUDOSA, NATÁLIA CORREIA, AO MORGADO ANTI ABORTO




João Morgado, Deputado do CDS disse na Assembleia da Republica, no Dia 3 de Abril de 1982, no debate obre a Despenalização do Aborto, assim:

«O acto sexual é para ter filhos»

A resposta de Natália Correia, Deputada, disse como resposta e em poema, o a seguir descrito que fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção!

Foi publicado depois, pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:

“Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;

e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.

Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -

Uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.”



(Natália Correia - 3 de Abril de 1982)

O "REGICÍDIO" IDEOLÓGICO CAMARÁRIO






Não está em causa, de modo algum, que os monárquicos possam exercer livremente o seu direito constitucional a manifestar-se nas ocasiões que entendam como mais oportunas ao seu ideal político.

Contudo, no meu entender, não pode deixar de causar perplexidade que, a Câmara Municipal de Aveiro, órgão do aparelho de Estado, tenha intervenção e produza, cerimónias e outros, de cunho ideológico e político bem vincados e de orientação explicitamente contrárias à existência da República, concretamente, aquando das comemorações, monárquicas, do centenário do regicídio.
A Câmara Municipal não é uma instituição de produção e promoção de ideais ideológicos e/ou, ainda mais grave, de ideologias anti republicanas.
Portanto, e no sentido de arrumar as ideias da História, de alguns dos presentes, convém esclarecer os acontecimentos de então.
A monarquia não caiu por causa do regicídio. Este tipo de atentado fazia parte da cultura politica radical da época, como forma de acabar com tiranias. Houve tentativas, várias, idênticas um pouco pela Europa.
Na cegueira ideológica da monarquia, até o escritor Aquilino Ribeiro, foi acusado pelos monárquicos, de ser terrorista e de ter participado no atentado contra a vida do Rei e do Príncipe herdeiro. Associar o regicídio a um acto de terrorismo, como hoje é entendido, é ideologicamente condenável porque se limita a ler a história através dos conceitos actuais.
Em 1908, o rei D. Carlos era uma figura impopular devido a, entre várias razões, pela ostentação de riqueza, pelo escândalo dos adiantamentos à Casa Real, dois anos antes e, por estar desfasado da realidade do país que, excluía as novas classes sociais pujantes com interesses políticos, como o operariado, pequena burguesia e, por apoiar a ditadura de João Franco.

A queda da monarquia vem, aliás, de longe… desde o Ultimato (1890), e agrava-se nos anos seguintes. O poder já era muito fraco, o sistema oligárquico estava velho. Era preciso democratizar. A oposição, num país macrocéfalo, sentia-se sobretudo em Lisboa, cuja massa urbana se congratulou, de facto, com o regicídio.
Não é o Partido republicano que faz o Regicídio, embora o discurso de alguns dirigentes tenha sido condescendente. É preciso não esquecer que houve milhares de pessoas que apertaram as mãos aos, então assim considerados, assassinos. O acto teve mais defensores do que detractores e, foi uma consequência do clima de crescente tensão que perturbava o aspecto politico português. Desde a sua fundação que o objectivo primário do Partido Republicano era o da simples substituição do regime, e a sua participação na vida politica não os fazia menos empenhados na via revolucionária e conspirativa. Esta atitude teve a sua parte de responsabilidade no crime mas, os ânimos foram acirrados pelo estabelecimento de uma ditadura administrativa, por parte de João Franco, com o apoio do rei, em 1907.
Era esta a conjuntura quando D. Carlos se decidiu, finalmente, a ter uma intervenção activa no jogo político, escolhendo a personalidade de João Franco para a concretização do sempre falhado programa de vida nova. Este, dissidente do Partido Regenerador, solicitou ao Rei o encerramento do Parlamento para poder implementar uma série de medidas com vista à moralização da vida política. Tal pedido já havia sido antes feito ao monarca pelos líderes dos dois Partidos tradicionais, mas este sempre recusara, atendendo ao princípio que o rei reina, mas não governa. Agora, no entanto, D. Carlos achou chegado o momento de intervir, depositando a sua confiança no homem que julgava á altura e encerrou o parlamento.


Como sempre, o Rei, a Rainha e o Príncipe Real, alheados do país real, encontravam-se então em, Vila Viçosa, onde costumavam passar uma temporada de caça. Os acontecimentos acima descritos levaram o rei D. Carlos a antecipar o regresso a Lisboa, na manhã do dia 1 de Fevereiro de 1908.
Em retrospectiva, o regicídio é geralmente considerado como o fim efectivo do regime monárquico constitucional, sendo o golpe de 5 de Outubro de 1910 apenas a sua confirmação, tendo até, por parte do rei inglês Eduardo VII, o seguinte e curioso comentário: “Matam dois cavaleiros da Ordem da Jarreteira na rua, como cães, e lá no país deles, ninguém se importa!”

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A CEGUEIRA "SOCRATIANA" DO PS




A CEGUEIRA “SÓCRATIANA” DO PS

A incompetência de Sócrates e do seu PS está, precisamente, em não saber lidar e usar o facto político de ter uma maioria absoluta. Muitos, sem voz partidária, simpatizantes e militantes do PS o dizem, em surdina… muito poucos são aqueles que se atrevem a contrariar o contumaz 1º ministro. Quem acompanha a vida política, desde as décadas de democracia que temos, sabe que é sempre o mesmo quando o PS está no Governo e com maioria absoluta… a deriva circunstancial é de tal ordem que não há debate interno e a estrutura de Poder socialista cai estrondosamente! Assim, também, aconteceu com a Câmara Municipal de Aveiro… o executivo PS alheou-se, até, do munícipe e, até do próprio Partido sem reflexão e vida crítica.
Analisemos, brevemente, o que se passa neste, nosso, país:
Campeão de promessas, o apolítico Sócrates prometeu rios de melhorias aos portugueses, durante a campanha eleitoral. Não foi por ignorância porque, é o homem do género de quem tudo sabe, desrespeitando quem se lhe opõe, apelidando de demagogos todos aqueles que se lha opõem, dentro e fora do Partido. Prometeu subtrair ao vergonhoso número de 2 milhões de portugueses que vivem no limiar da pobreza, 300 mil. Resultado; esse número mantém-se, se é que não aumentou.
Criação de 150 mil empregos! Resultado; o número de desempregados aumentou assustadoramente.
Não aumentar impostos! Resultado; aumento desmesurado dos mesmos com a agravante do aumento do IVA que estrangula a economia e é penalizador das classes mais desfavorecidas.

Os sucessivos ataques à classe docente, chegando ao extremo da humilhação a quem dá o seu, constante, melhor para a Educação. O encerramento compulsivo de escolas em povoações que pouco mais têm que isso. O remédio achado pelo 1º ministro para branquear a actuação do Governo contra os docentes foi a de, instituir um prémio para o melhor professor do sistema de ensino que, por acaso foi para o “nosso” dr. Arsélio Martins.
Arrogância cega e abusiva do Decreto Regulamentar de avaliação dos professores é, por si só, demonstrativo dos “tiques” de desvario de gestão autoritária que despreza a política como forma, permanente, da vida democrática exigível em todos os sectores da sociedade.

O encerramento dos SAP, urgências, maternidades e valências hospitalares, obedecendo
aos critérios economicistas e de comercialização do Direito à Saúde, são políticas que empobrecem quem desses serviços depende e, terá como resultado a decadência das condições de qualidade de vida dos cidadãos que não terão capacidade financeira para cuidarem da saúde. Muitos cidadãos não se tratam de várias maleitas devido às dificuldades económicas e, por esse motivo, os portugueses vão, ainda, ficar mais doentes, no país em que a Constituição diz que, os serviços de saúde devem ser, tendencialmente, gratuitos até as cirurgias pagam taxas moderadoras, moderando, talvez, a dor de quem é operado.
A substituição do ministro não é, certamente, a solução.

A degradação na opinião pública dos serviços prestados pelos funcionários públicos à
máquina do Estado tem sido uma prioridade da retórica do actual Governo. Parece que a responsabilidade do funcionamento do aparelho administrativo não é de quem governa o país… e que acumula chorudos salários por todos os cargos que vai ocupando… milhares de euros de reformas e indemnizações por saltarem de administração em administração. A lista é longa e farta… assim como a dos desiludidos com tudo isto.


Jorge Afonso

Bloco de Esquerda - Aveiro


(publicado no "Diário de Aveiro" de 22.02.2008)

domingo, fevereiro 10, 2008

VERDADEIRA CULTURA POPULAR

terça-feira, fevereiro 05, 2008

A RIA DE AVEIRO A PATRIMÓNIO MUNDIAL

... SEM QUALQUER PRETENSÃO, FAÇO SABER QUE A IDEIA DE CANDIDATAR A RIA A PATRIMÓNIO MUNDIAL, FOI PROPOSTA POR MIM ÁCERCA DE DEZ ANOS, AQUANDO DA MINHA CANDIDATURA À CÂMARA MUNICIPAL DE AVEIRO, NA LISTA DA UNIÃO DEMOCRÁTICA POPULAR (UDP).