domingo, fevereiro 25, 2007

INCOMPATIBILIDADES E ÉTICA


Definitivamente, um alto funcionário de uma das empresas municipais e deputado municipal, não vê qualquer incompatibilidade em, como deputado municipal, exercer a sua função de fiscalizador, fiscalizando-se a si próprio como Director da empresa... pescadinha de rabo na boca é, de facto, a ética do tal senhor... não suspende o mandato de deputado municipal, mesmo com dúvidas da interpretação da lei e, continua como, SR. DIRECTOR!!! Não admira vindo de quem vem já que, este sr., chega ao ponto de mandar outro deputado da AM, ir dar uma volta de bicicleta sem selim... de ética estamos falados! AÍÍÍÍÍÍ VALENTE!

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Zeca Afonso...Vivo

ZECA AFONSO... o aveirense





Na passagem dos 20 anos do falecimento do Zeca,

aqui deixo a minha singela homenagem ao homem,

de Aveiro, natural, ao qual a cidade e os seus poderes
políticos, nunca souberam reconhecer,
condignamente...
A Assembleia Municipal ostenta a efémera galeria das
fotos dos seus, temporais, presidentes mas, nem uma mínima referência a este
filho da cidade.

O mesmo trilho tem seguido a Câmara Municipal!

Ainda bem que não sou de Aveiro... nasci mais ao lado!


" Águas das fontes calai
Oh ribeiras chorai
" Que eu não volto a cantar"
( Zeca Afonso)

"nunca mais te hás-de calar
oh Zeca... para nós...
canta sempre sem parar,
que é seiva e flor a tua voz."
(José Mário Branco)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

CARNAVAL, prefiro o original!











Um careto é um homem disfarçado que anda pelas ruas de algumas povoações e aldeias do Norte de Portugal (especialmente em Trás-os-Montes) com uma máscara que serve para meter medo, fazendo de diabo à solta. Podem aparecer tanto no Carnaval como no Natal.Os caretos andam em grandes grupos, com máscaras de couro ou de madeira, muito feias. Vestem velhas colchas de lã transformadas em fatos de cores fortes como o verde, azul, preto, vermelho e amarelo, tudo às riscas.Para chamar a atenção e fazer todo o barulho que lhes é característico, os caretos usam chocalhos pendurados na cintura e guizos nos tornozelos.Para os ajudar nas suas correrias e saltos por toda a povoação, usam também um pau ou uma moca, que lhes serve de apoio (e também lhes dá um ar mais assustador...). Só os homens é que se vestem de caretos! Ai das mulheres que os imitem às escondidas! São sempre apanhadas. A tradição dos caretos já vem de há muitos séculos, ainda antes do Cristianismo e está associada a práticas mágicas, relacionadas com os cultos da fertilidade na agricultura.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A política, género Pinóquio, do executivo da C. M. de Aveiro


A recuperação do Teatro Aveirense foi financiada pelo Ministério da Cultura, através do Programa Operacional de Cultura, em 3,4 milhões de euros. O protocolo estabelecido com o Instituto das Artes dota o equipamento com uma verba anual de 200 mil euros até 2008. Em ambos os casos o Teatro Aveirense fica obrigado a atingir certos objectivos. Ao optar pela privatização, o executivo dificilmente atingirá esses objectivos e coloca o investimento em causa. Com essa opção, autarquia prescindiria de promover a criatividade e a capacidade de inovações artísticas no desenvolvimento da sensibilidade e do pensamento crítico das populações, promovendo a sua qualificação e coesão.
A apresentação do orçamento camarário para 2007 foi feita pelo Vereador das Finanças, Pedro Ferreira (PSD), em conferência de imprensa realizada para o efeito. O Vereador adiantou que a essa verba correspondiam as receitas da concessão a privados de empresas e serviços municipais, dando vários exemplos entre os quais o Teatro Aveirense.
Depois da surpresa, a directora-geral do Teatro Aveirense, Maria da Luz Nolasco (antiga vereadora de um executivo CDS-PP) afiançou que o próprio Vereador das Finanças lhe tinha garantido que não havia qualquer intenção concreta de privatizar o Teatro. Logo de seguida o Gabinete de Imprensa da Câmara afirmaria que não havia estratégia definida para o Teatro.
Volvido o tempo suficiente para que o executivo esclarecesse todas as dúvidas sobre o que pretende para a gestão do Teatro Aveirense, sobem a palco as cenas mais extraordinárias. A directora Maria da Luz Nolasco propõe a criação de um movimento cívico contra a política da autarquia de privatizar o Teatro.
O Vereador da Cultura, Capão Filipe (CDS-PP), relativizou o sucedido protegendo assim a directora-geral. Afirmou ainda que a privatização do Teatro Aveirense nunca tinha estado em cima da mesa, responsabilizando os jornalistas por uma discussão falsa de raiz.
Por fim, o Presidente Élio Maia directamente questionado sobre o assunto respondeu de forma evasiva. Sobre o futuro da sala de espectáculos nada disse de concreto, afirmando apenas que é um caso que “está a ser analisado em conjunto”.
O Presidente Élio Maia foi mais longe, reduzindo as afirmações dos vereadores a meras “opiniões diversas”. O Presidente raramente expõe a política da autarquia, delegando invariavelmente essa tarefa aos seus Vereadores. Contudo, agora ficamos a saber que as declarações de um Vereador, numa conferência de imprensa convocada pela própria Câmara Municipal de Aveiro para a apresentação do Orçamento para 2007 podem apenas constituir a sua opinião e não a política da autarquia.
A directora-geral continua apegada ao seu posto, para o qual foi nomeada pelo actual executivo para conduzir as políticas camarárias no Teatro Aveirense. A Câmara Municipal continua sem política definida para o Teatro Aveirense. A linha política do Orçamento continua a não ser exposta. O Orçamento aprovado continua a cada momento permitir a definição da política da autarquia e quais as empresas e serviços a concessionar a privados.
A autarquia parece ter duas políticas para o Aveirense, uma veiculada pelo PSD e outra pelo CDS-PP. O Presidente Élio Maia apenas desvalorizou as declarações dos seus Vereadores, mas escusou-se a assumir qual a estratégia a seguir. Este aparente vazio de liderança e rumo não se pode prolongar. Os cidadãos Aveirense tem o direito a conhecer a política camarária e de saber – ainda para mais agora que o Orçamento está aprovado – quais as empresas municipais e serviços que a autarquia pretende de facto concessionar a privados e em que condições.
[publicado no Diário de Aveiro, 16 de Fevereiro de 2006]

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Aveiro e a água que "mete"


Aconselho a autarquia aveirense a visitar a Holanda para, ver como se fazem comportas, pontes pedonais e outras, sem "meter água"!

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

SÉRGIO GODINHO E OPORTUNISMO DO "NÃO"

"Espalhem a Notícia" ou "Chamem a Polícia"?

Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não” usou nas suas páginas uma canção minha, para, em ultima análise, promover os seus pontos de vista em relação ao referendo de Domingo.Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto criativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.Só que há limites, claro. Desde já, neste caso, enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção. Em vez de “Espalhem a notícia” deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia”...A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e à alegria consciente de dar à luz um novo ser. Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão e outra pérolas que tais.E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece. Espalhem a notícia.

Sérgio Godinho

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

IVG... SIM, NÃO, ASSIM-ASSIM E "NIM"

IVG… SIM, NÃO, ASSIM-ASSIM E “NIM”

O jogo das palavras no assunto da IVG é imenso. A seu belo e inconsequente interesse, uma grande parte dos defensores do NÃO, utilizam argumentos sem base social e fora da realidade objectiva que se vive na Sociedade, desde a década de 40. Essa realidade é, sem dúvida, o aborto clandestino que já causou traumas e mortes sem conta, fazendo parte integrante de uma guerra surda e suja, a qual, os defensores do negativo preferem manter, devido a preconceitos morais e religiosos, sendo que, ninguém tem o direito de impor os seus conceitos morais e/ou religiosos, a quem quer que seja.
Com o SIM vencedor, muda-se o Código Penal e, com isso, os defensores do NÃO e do SIM, poderão ter a liberdade de optar conscientemente… se vencer o NÃO, essa liberdade esvai-se e, até os próprios juízes se verão obrigados a mandar prender mulheres… é a humilhação total de quem for apanhado na rede judicial porque, o aborto vai continuar a existir, sem soluções.
Um dos argumentos dos defensores do não é a vida. Assim sendo, errada e constante-
mente argumentam que, o feto, é uma vida que ali está e, por isso, ninguém tem o direito de a negar, comparando-o, maliciosamente, a um bebé recém-nascido ou a uma criança. Se assim fosse, por que razão não têm a coragem e a coerência de defender que, tratando-se de um homicídio como sempre dizem, quem o pratica deve ter uma pena igual a quem mata outrem e, por tal, deve ser condenado a, por exemplo, 18 anos de prisão? E porque não defendem que, o homem ou parceiro, conivente com a decisão de interromper a gravidez, não vá parar à barra do tribunal?
Olhando alguns dos panfletos que, de uma forma anónima, distribuem pelas caixas de correio, aquilo que se constata é do mais baixo nível que se pode imaginar…uma imagem com de uma criança com um belo sorriso, comparando um feto a uma criança com 3 ou 4 anos de vida, aliado ao nonagésimo aniversário da aparição da Senhora de Fátima e com o “inocente” acto comercial de, aproveitar o evento para, vender as simbólicas “máquinas de calcular” orações a que se chama “terços”.É um oportunismo da pior índole que pode existir, como se de uma questão religiosa se tratasse e, a comparação além de demagógica é uma falsa moralidade de quem quer impor os seus próprios valores morais e religiosos aos outros, restringindo a liberdade individual e responsável de cada mulher a quem, dão um rótulo de irresponsável e incapaz de tomar uma decisão tão difícil como é a de, interromper uma gravidez não desejada por motivos que só ao casal ou à mulher dizem respeito.
Cabe perguntar aos falsos moralistas do NÃO, porque razão, a lei há-de julgar como criminosa, uma mulher que interrompe uma gravidez ás 10 semanas e não uma mulher que, pelos motivos previstos na actual lei, interrompa uma gravidez ás 4, 8, 10 ou mais semanas, abrangida pelos pressupostos previstos na actual lei.
Com o SIM ninguém é obrigado a interromper a gravidez mas, tem a liberdade, condicionada, de optar segundo a sua consciência. Com o NÃO ninguém terá a liberdade de optar, ou seja, será forçado a obedecer, cegamente, à imposição do preconceito moral e religioso de, mesmo sem ter a preparação apropriada para tratar um filho… são pessoas que não querem encarar a realidade existente da praga do aborto clandestino, feito sem condições de salubridade a que a mulher deve ter direito.
Com o debate público sobre a IVG, ficámos a saber que, na opinião de parte dos defensores do NÃO, os defensores do SIM, são criminosos, terroristas, irresponsáveis, que as mulheres que praticam a IVG são um bando de néscias e, o país entrará em decadência. Bonito rol de adjectivos desrespeitosos, vindo de quem vem com telhados de vidro e que não apresenta qualquer alternativa para o, actual, flagelo do aborto de “vão de escada”.


Jorge Afonso