sábado, abril 28, 2007

MOÇÃO 25 DE ABRIL

Esta moção, foi proposta pelo Bloco de Esquerda, na Assembleia Municipal de ontem...
Por estranho que pareça, foi rejeitada pela Maioria PP/PSD com argumentos ultra conservadores que nada têm que ver com a essência e conteúdo da moção!
Enfim, temos a Direita mais conservadora e saudosista existente no país, alinhada pela "prisão" ideológica de um PP de extrema-direita.




MOÇÃO
25 de Abril


1. Considerando que no passado dia 25 se comemorou o 33ºAniversário da queda do regime totalitário, antidemocrático e colonialista de António Oliveira Salazar;

2. Sabendo-se que a Revolução dos Cravos prometia a democracia, a justiça e a igualdade e gritava pelos direitos humanos, pelas garantias e liberdades dos povos;

3. Atendendo às vitórias sobre os direitos, a esperança e a qualidade de vida, do acesso
universal ao trabalho, à saúde, à educação, à cultura, à justiça e à habitação;

4. Reconhecendo as conquistas preconizadas, nomeadamente a elaboração de uma
Constituição que assegura a liberdade, a democracia e a promoção da igualdade de
oportunidades para todos e todas;

5. Tendo em conta que a Revolução de 1974 permitiu o desenvolvimento da democracia, a liberdade de imprensa, o Estado de Direito, o Poder Autárquico Democrático, a separação de poderes, o respeito pelos Direitos do Homem e do ambiente, o estatuto de igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, a liberalização do divórcio, etc.;

6. Entendendo que a consagração do direito de escolha no planeamento familiar na
promulgação da nova Lei relativa à Interrupção Voluntária da Gravidez, constitui a vitória mais recente da luta pela liberdade individual, um dos marcos fundamentais da Revolução;

7. Assumindo os ideais e valores essenciais contidos na génese do 25 de Abril como a
convivência plurinacional, a paz, a dignidade e o desenvolvimento por uma economia
sustentada de pleno emprego e assente na estabilidade, protecção e igualdade social;

8. Considerando que as medidas assumidas nos últimos anos constituem retrocessos nos
direitos conquistados pela Revolução dos Cravos, nomeadamente o projecto neoliberal da flexisegurança, cujas consequências assumem proporções confrangedoras, das quais se salientam a precariedade laboral e as assimetrias sociais;

9. Reconhecendo que o exercício da cidadania ainda não se assume pleno, que a saúde e a justiça conhecem dificuldades em termos de celeridade e eficácia, que a educação e a
cultura ainda não se apresentam universais e que as assimetrias do desenvolvimento do
território se mantêm;


10. Assumindo a necessidade de acrescentar novos valores aos de liberdade, igualdade,
solidariedade e fraternidade, preconizados por Abril, no combate sério à pobreza e à
exclusão social e na garantia dos direitos das minorias e suas identidades, cuja assumpção a globalização nos impõe;

11. Salientando a importância e as consequências da Revolução de 1974 na vida de todos nós, assim como o desejo de que esta cidade, berço dos Congressos da Oposição Democrática, continue a ser um exemplo de tolerância e de solidariedade;


O Grupo Municipal do Bloco de Esquerda propõe que, a Assembleia Municipal de Aveiro, na sua reunião ordinária de 27 de Abril de 2007 , decida:

1. Congratular-se com a passagem dos 33 anos do 25 de Abril e saudar todas as
vítimas da PIDE e do regime de repressão, muito particularmente os anti-

-fascistas que lutaram pela liberdade, contribuíram e continuam a contribuir
para o aprofundamento do processo democrático conquistado com a revolução de 1974;

2. Repudiar qualquer acção que viole os princípios consagrados na Constituição
Portuguesa e direitos conquistados, atitudes contrárias ao espírito do 25 de Abril e à implantação de uma democracia plena;

3. Solidarizar-se com todas as iniciativas cidadãs que promovam os valores essenciais conquistados na Revolução dos Cravos, apelando à participação dos
cidadãos na vida pública.



Grupo Municipal do Bloco de Esquerda

quarta-feira, abril 25, 2007

25 DE ABRIL... 1974







25 de Abril de 1974...
fez-se história neste
país!



33anos... Faz tantos quantos a revolução que, eu, estava no serviço militar.



Lembro como se, hoje fosse...



Fiz tudo o que pude, inclusivé, com outros milicianos... prender o comandante do RI10 de Aveiro e, pôr o quartel ao serviço do levantamento militar!!!



Disso sinto o orgulho de quem teve o privilégio de participar nas movimentações militares que derrubaram a ditadura salazarista/marcelista!



Por este povo, bem haja a quantos assim procederam... Otelo, Salgueiro Maia e tantos outros!



25 DE ABRIL SEMPREEEEEEEEE!!!

sexta-feira, abril 20, 2007

ATERRO SANITÁRIO

ATERRO SANITÁRIO, UMA “BOMBA” AMBIENTAL

Na recente visita dos deputados municipais ao aterro sanitário de Cacia, criado pelo Decreto – Lei 166/96, e concessionado à ERSUC, certifiquei-me de ocorrências diversas, do interesse de todos os munícipes que, na qualidade de deputado municipal,
cumprindo as minhas obrigações de eleito e para esclarecimento de todos, aqui vou descrever.
Os cidadãos não têm qualquer controlo, próprio, do funcionamento do Sistema de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos do Litoral Centro (assim se designa “aquela coisa”) concessionada à ERSUC.
A ambientalmente martirizada Freguesia de Cacia, a Sul recebe, ali, o lixo urbano de vários municípios da região e, a Norte, (ETAR Norte) as fossas dos municípios da ria AMRIA, vulgo SIMRIA, passando por algumas indústrias que também ajudam à “missa”! E as incidências ambientais do Aterro Sanitário em todas as comunidades afectadas? Onde estão as compensações ambientais de milhares de árvores abatidas naquela zona?
Embora exista uma estação de tratamento dos líquidos escorrentes, não vi totalmente garantidas as precauções contra a infiltrações freáticas, provenientes das células do chamado lixo não reciclável, das quais os moradores mais chegados se lamentam e que ninguém soluciona. Os senhores administradores da ERSUC merecem beber um copo de água dos poços circundantes!
A célula encerrada não se encontra definitivamente selada, libertando assim gases para a atmosfera… caso para dizer: os filhos nunca cheiram mal aos pais!
Existe um equipamento de tecnologia alemã para produção de energia eléctrica com a queima dos gases provenientes da célula encerrada mas, inactivo.
Nada nos foi mostrado sobre a protecção sanitária de quantos ali trabalham… existe sistema de exames médicos aos trabalhadores daquela infra-estrutura?
Alguém pensou em fazer um estudo sobre mutação genética de milhares de gaivotas que, há cerca de dez anos ali vivem? Estas aves não sabem pescar e servir-se de outro tipo de alimentação além dos restos que ali são depositados. Quando o aterro encerrar, vão ter dificuldades de sobreviver. A maior parte morrerá… a não ser que os senhores administradores da ERSUC as alimentem com algumas das suas próprias “postas de pescada”. E as fezes destas aves estarão a envenenar algo?
A linguagem da ERSUC cataloga, “condena e culpa” todas as pessoas a produtores de lixo. Este tipo de linguagem é uma farsa… no caso das embalagens, os cidadãos não passam de meros utilizadores pois, os produtores das embalagens são as industrias.
Qual o futuro daquela zona? O que está previsto para toda aquela área? Quais as compensações para as populações afectadas?
Por estas e outras razões de ordem diversa se comprova que, a proposta de uma Comissão de Acompanhamento do Aterro, que fiz na Assembleia Municipal devia ter sido aprovada e constituída. Assim não foi porque, a cegueira e a incompetência políticas da Maioria PP/PSD não o permitiu.
As populações sofrem com os cheiros, mosquitos, águas inquinadas, a incompetência e jogos de interesses de uma grande parte dos políticos por si eleitos.

quinta-feira, abril 12, 2007

"CAGÁDA" EM DOIS ACTOS

I ACTO

Não percebo o amor, nem o ostento. Percebo o que é ter alguém a nosso lado, por quem cresce permanentemente a amizade e a admiração. E percebo o que é sentir por ela uma inesgotável vontade de sexo – sim, sexo puro, saciedade, troca de fluidos, orgasmos, as carícias que o envolvem, deleite – confesso, não conheço outro sexo, nem consigo neste incluir o ‘amor’ mas tão só esse fervor animal.

Serei um amante incompleto, eu que não declaro o amor. Eu que apenas sei identificar a afeição e a carnalidade que nos move todos os dias ao encontro do outro. Eu que apenas sei que divido a minha vida com a única pessoa com quem quero, e tenho sexo com a amante que desejo. Nada nisto me transcende. É uma construção com cal e reboco. Uma dualidade simples e quase tangível de afectos e desejo. E isso já eu percebo.

Já do amor, esse que se sussurra, e que se escreve engalanado em versos, o amor que se jura, o amor que se envergonha do estrito prazer carnal, essa abstracção que se agita e que me confunde, dele pouco sei. Sei que tê-lo, ao ‘amor’, como a definição (exigência) de uma relação... é uma incauta maneira de nos tentarmos explicar, e incauto é já querermos explicar-nos - Declamamos algo que é maior que nós, e gritamos a dois esse grito que não tem som, talvez até receosos, como quem teima em lançar para longe o seu fim, lá nesse dia onde a paixão, esse “amor/desejo” de hoje, se acabará por consumir.

Não percebo o ‘amor’, nem preciso dele para exclamar a relação que tenho. Pode ser que ele esteja mesmo aqui. Que o veja entre duas coisas simples, como esta gripe que agora sinto e que bebi dela numa noite de sexo, e esta outra, a satisfação que encontro em mim por poder imaginar que assim a tirei (à gripe) um pouco dela. Entre o desejo e o afecto, o meu amor não consegue ir além disto. Nem corre o risco de um dia o não ser.







II ACTO


Não percebo o Sócrates, nem o admiro. Percebo o que é ter alguém do nosso lado, por quem cresce permanentemente a admiração. E percebo o que é sentir uma inesgotável vontade de criticar – sim, crítica pura, sociedade, troca de ideias, orgasmos partidários e as “carícias” que envolve, o deleite da demagogia - confesso, não conheço outro mecanismo usado pela maioria dos políticos, nem consigo neste incluir o 1º ministro e a sua entrevista de ontem no canal 1.

Serei um político incompleto, eu que não declaro admiração à demagogia. Eu que apenas sei identificar a afeição e a clarividência que nos move todos os dias ao encontro do “outro”. Eu que apenas sei que divido a minha vida política com as pessoas com quem quero, e tenho proximidade e, com o Partido em que milito. Nada nisto me transcende. É uma construção com cal e reboco. Uma dualidade simples e quase tangível de afectos e desejos políticos. E isso já eu percebo.

Já do Sócrates, esse que se sussurra, e que se descreve engalanado em discursos, o “amor” que jura, o ardor que se envergonha do estrito prazer carnal, essa abstracção que se agita e que me confunde, dele pouco sei. Sei que tê-lo, é um grande ardor, acre azia, como a definição (exigência) de uma relação política, já que é 1º ministro... é uma incauta maneira de nos tentarmos explicar, e incauto é já querermos explicar-nos. Declamamos algo que é maior que nós, e gritamos quase todos esse grito que não tem som, talvez até receosos, como quem teima em lançar para longe o seu fim, lá nesse dia onde a paixão política, esse querer de hoje, se acabará por consumir.

Não percebo o Sócrates, nem preciso dele para exclamar a relação que tenho com a política. Pode ser que ele esteja mesmo aqui. Que o veja entre duas coisas simples, como esta gripe que agora sinto e que bebi dela numa noite de intensa actividade partidária, e esta outra, a satisfação que encontro em mim por poder imaginar que assim lhe tirei (à gripe) um pouco dela. Entre o desejo e o afecto, o meu Sócrates não consegue ir além disto. Nem corre o risco de um dia o não ser.

Sócrates, só mesmo o grego... o original!


"F I M"

segunda-feira, abril 09, 2007

O CAMPEÃO DAS PROMESSAS...

Já que o ritmo de vida nos encurta a memória, sorvamos este refresco!



sexta-feira, abril 06, 2007

MULHERES DO CAIS

MULHER DE ÁGUA

Olha a Dairinhas de menino ao colo,
esperando pelo homem do mar...
naquele cais donde partiu há meses sem dó.
O coração lhe palpita, de rebento ao colo
ao mundo vindo em plena ausência,
e quão longa e dura vida aquela
na memória do velho outrora lobo do mar,
contando os dias da angústia alheia.
Será que volta e não volta?
Quebrado pelo sol, sal e mar de suor.
Voltando como a parra que tomba,
eis o barco que chega daquelas ondas sem fim!
Que alegria aquela das mulheres do cais!
Mulheres de ausência feitas e refeitas por ora...
vai haver festa na aldeia e com foguetes pois então!
São poucas as jarras do vinho entretanto trabalhado,
carne de borrego e broa do forno de todos!
Pela madrugada, repousam num leito de saudade...
fazendo o amor descontado naquelas horas.
Que bela está a aldeia... cheia daquele Amor .

OLHO NU

domingo, abril 01, 2007

30 ANOS APÓS O ASSASSINATO DO, PADRE MAX


Caso Padre Max: tribunais de "negligência e incompetência"

O padre Max foi assassinado na região de Vila Real a 2 de Abril de 1976, com a explosão de uma bomba colocada no seu carro, que matou também a estudante Maria de Lurdes, a quem o clérigo tinha dado boleia. O padre Maximiano, mais conhecido como padre Max, foi candidato pela UDP à Assembleia Constituinte e, encontrava-se em Vila Real a promover um trabalho de apoio ao desenvolvimento das comunidades locais.
O caso foi julgado duas vezes, uma em 1997 e outra dois anos depois, nunca tendo havido uma condenação, apesar do tribunal ter pela primeira vez atribuído um homicídio ao MDLP, movimento armado de Direita dos tempos do Processo Revolucionário em Curso (PREC), que marcou os anos seguintes ao 25 de Abril de 1974 e que, tinha como chefe o General, Spínola. Mário Brochado Coelho, o advogado que durante mais de 20 anos lutou para que, o caso fosse a tribunal e os responsáveis condenados. O processo contou com cinco arguidos, nenhum dos quais foi condenado. "O tribunal achou que eles tinham feito alguma coisa, mas não conseguiu reunir provas concretas de que o fizeram. " Mataram, premeditadamente, o padre Max, mesmo sabendo que ele levava no carro uma jovem - o que é típico da extrema-direita portuguesa, do absolutismo até hoje".
Maximino Barbosa de Sousa (conhecido por Padre Max) tinha 32 anos. Maria de Lurdes Pereira 19. O primeiro era padre, professor do liceu e candidato independente a deputado nas listas da União Democrática Popular (UDP). A segunda uma aluna e apoiante do candidato. No dia 2 de Abril de 1976, o carro em que ambos viajavam – da localidade de Cumieira para Vila Real – foi alvo de um ataque bombista, matando-os. O processo judicial começou no ano seguinte, mas foi arquivado por falta de provas. Em 1989 a Relação do Porto reabriu-o, mas voltou a ser arquivado em 1995. Em 1996 a Relação volta a pegar no caso e pronuncia quatro arguidos, alegados membros do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal). O julgamento termina em Março de 1997, com a absolvição dos arguidos. Em Maio, o Supremo Tribunal de Justiça acabou por anular o acórdão. Novo julgamento a 21 de Janeiro de 1999, para acabar em 22 de Fevereiro com a absolvição dos quatro arguidos. O padre que foi candidato da UDP, para “fazer chegar a sua voz aos mais humildes” aguarda Justiça na campa 1240 do cemitério de Santa Iria, em Vila Real.
Concluindo:
Maximiano Barbosa de Sousa, conhecido como padre Max, 32 anos, e a estudante Maria de Lurdes Pereira, 19 anos, morreram a 2 de Abril de 1976 quando o carro em que seguiam foi alvo de um ataque bombista, entre a Cumieira e Vila Real, atribuído a uma rede de extrema-direita designada por MDLP.
O padre e professor do ensino secundário era candidato independente a deputado nas listas da UDP, agora integrada no BE, e a aluna era apoiante da sua candidatura.
O processo judicial relativo ao assassinato do padre Max conheceu inúmeros avanços e recuos e um total de quatro julgamentos, em 1977, 1989, 1996 e 199 9, mas ninguém foi condenado.
A saga da "justiça"...